Perdendo o fio da meada
ambiguidades e contradições na teoria do realinhamento
Palabras clave:
Realinhamento Eleitoral, Lulismo, Identificação Partidária, André Singer, EleiçõesResumen
A teoria do realinhamento vem ganhando força como chave explicativa dos desdobramentos eleitorais ocorridos no Brasil recentemente. O fenômeno que se edifica após a vitória eleitoral de Lula em 2006 expressa a ideia de uma con-versão de blocos de eleitores, determinando uma agenda de longo prazo da qual nem mesmo a oposição ao governo consegue escapar. No entanto, ao considerar a trajetória do conceito na literatura norte-americana, pode-se chegar à conclusão de que a teoria recebe, na versão nacional, um escopo reducionista, em que seus principais condutores – a durabilidade, a noção de eventos críticos e a identificação partidária – não são contemplados. Diante dessas evidências, fica o entendimento de que o realinhamento é um fenômeno datado historicamente, circunscrito a uma conjuntura em que a conduta dos eleitores se organiza em torno de sólidas e permanentes identificações partidárias. Por conse-guinte, a configuração política brasileira, com altas taxas de volatilidade eleitoral e baixo enraizamento partidário, não parece se adequar a uma análise do gênero.
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