A vida social ativa da ética na Antropologia

Autores

  • Patrice Schuch

Palavras-chave:

Antropologia, Ética, Brasil, Regulamentação ética

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar, a partir de certa bibliografia brasileira, o que chamo de “vida social da Ética na Antropologia”. Meu interesse é compreender em quais domínios e debates a relação entre Ética e Antropologia está em jogo e como ela é configurada nos múltiplos mundos sociais nos quais opera. Na tentativa de expandir os debates sobre Ética e Antropologia para além de qualquer apressada enunciação normativa, meu interesse é analisar o que classifiquei como três domínios em que a ética aparece como espaço de problematizações: (1) o pesquisar/atuar; (2) Antropologia e multidisciplinaridade; (3) a Ética como campo de regulamentações. A análise de tais espaços de problematização mostra que os debates sobre Ética são inescapáveis das reflexões sobre o próprio estatuto ou vocação da Antropologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABU-LUGHOD, Lila (2010). “The active social life of Muslim human rights. A plea for ethnography, not polemic, with cases from Egypt and Palestine”. Journal of Middle East Women’s Studies, v. 6, n. 1, p. 1-45, Winter.

AMORIM, Elaine; ALVES, Kênia; SCHETTINO, Marco Paulo Fróes (2010). “A ética na pesquisa antropológica no campo pericial”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB;Letras Livres. p. 193-216.

APPADURAI, Arjun (ed.) (1986). The social life of things. Commodities in a cultural perspective. Cambridge: Cambridge University Press.

BEVILAQUA, Ciméa (2010). “Ética e planos de regulamentação da pesquisa: princípios gerais, procedimentos

contextuais”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB;Letras Livres. p. 71-90.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Luís Roberto (2004). “Pesquisa em versus pesquisas com seres humanos”. In:

VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 33-44.

_____. (2010). “A antropologia e seus compromissos e/ou responsabilidades éticas”. In: FLEISCHER, Soraya;

SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB/Letras Livres. p. 25-38.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto (1998). O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo Quinze; São Paulo: Ed. Unesp.

_____. (2004). “O mal-estar da ética na antropologia prática”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 21-32.

CAROSO, Carlos (2004). “A imagem e a ética na encruzilhada das ciências” In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 137-150.

DEBERT, Guita Grin (1997). “A antropologia e os novos desafios no estudo da cultura e da política”. Revista Política & Trabalho, PPGS, UFPB, Ed. A União, n. 13.

_____. (2004). “Ética e as novas perspectivas da pesquisa antropológica”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 45-54.

DINIZ, Débora (org.) (2005). Ética na pesquisa. Brasília: Ed. da UnB; Letras Livres.

_____. (2010). “A pesquisa social e os comitês de ética no Brasil”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 183-192.

DUARTE, Luís Fernando Dias (2004). “Ética de pesquisa e ‘correção política’ em antropologia”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 25-130.

FASSIN, Didier (2006). “The end of ethnography as collateral damage of ethical regulation?”. American Ethnologist, v. 33, n. 4, p. 522-524.

FERREIRA, Luciane Ouriques (2010). “A dimensão ética do diálogo antropológico: aprendendo a conversar com o nativo”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 141-158.

FLEISCHER, Soraya (2010). “Comentário: para quem os antropólogos falam?”. In: FLEISCHER, Soraya;

SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 171-180.

FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.) (2010). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres.

FONSECA, Claudia (2010a). “Que ética? Que ciência? Que sociedade?”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 39-70.

_____. (2010b). “O anonimato e o texto etnográfico: dilemas éticos e políticos da etnografia ‘em casa’”. In:

SCHUCH, Patrice; VIEIRA, Miriam S.; PETERS, Roberta (orgs.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Ed. UFRGS. p. 205-226.

FREITAS, Ana de Castro; HARDER, Eduardo (2011). “Alteridades indígenas no ensino superior: perspectivas interculturais contemporâneas”. In: IX REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL, Curitiba, jun. Disponível em: <http://www.sistemasmart.com.br/ram/arquivos/21_6_2011_7_57_56.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2011.

GOLDIM, José Roberto (2004). “Ética e pesquisa em antropologia”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 163-167.

GOLDMAN, Márcio (2003). “Os tambores dos mortos e os tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia”. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 46, n. 2, p. 445-476.

HARAYAMA, Rui Massada (2011). Do ponto de vista do sujeito da pesquisa: evento e cultura material em um comitê de ética em pesquisa. Dissertação de mestrado em Antropologia Social, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais.

HEIBBORN, Maria Luiza (2004). “Antropologia e saúde: considerações éticas e conciliação multidisciplinar”. In:

VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 57-64.

JACOB, Marie-Andrée; RILES, Annelise (2007). “The new bureaucracies of virtue: an introduction”. PoLAR: Political and Legal Anthropology Review, v. 30, n. 2, p. 181-191.

JASANOFF, Sheila (2005). Designs on nature: science and democracy in Europe and the United States. Princeton: Princeton University Press.

KANT DE LIMA, Roberto (2004). “Éticas e identidades profissionais em uma perspectiva comparada”. In:

VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA/Ed. UFF. p. 73-78.

KNAUTH, Daniela (2004). “As implicações éticas da pesquisa antropológica: uma reflexão a partir do caso da Aids”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA/Ed. UFF. p. 131-136.

LAGDON, E. J.; MALUF, S.; TORNQUIST, C. S. (2008). “Ética e política na pesquisa: os métodos qualitativos e seus resultados”. In: GUERRIERO, Iara C. Z.; SCHMIDT, Maria Luisa S.; ZICKER, Fábio. Ética nas pesquisas em ciências humanas e sociais e na saúde. São Paulo: Hucitec. p. 128-147.

LATOUR, Bruno (1999). Pandora’s hope. Essays on the reality of science. Cambridge, MA: Harvard University Press.

LEITE, Ilka Boaventura. “Questões éticas da pesquisa antropológica na interlocução com o campo jurídico”. In:

VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o desate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 65-72.

LIMA, Raquel (2010). “Até onde funciona? Uma breve reflexão sobre a atuação dos comitês de ética em pesquisas no estudo antropológico da saúde”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 159-170.

LUNA, Naara (2007). Provetas e clones: uma antropologia das novas tecnologias reprodutivas. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz.

MACHADO, Lia Zanotta (org.) (2007). Ética em pesquisa biomédica e antropológica: semelhanças, contradições,complementaridade. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres.

MERRY, Sally Engle (2006). Human rights and gender violence: translating international law into local justice. Chicago: University of Chicago Press.

MESKELL, Lynn; PELS, Peter (2005). “Introduction: embedding ethics”. In: MESKELL, Lynn; PELS, Peter (eds.). Embedding ethics. Oxford, UK: Berg. p. 1-28.

NASCIMENTO, Pedro F. G. (2010). “Alguns comentários sobre a mesa ‘Antropologia em Campos Up’”. In:

SCHUCH, Patrice; VIEIRA, Miriam S.; PETERS, Roberta (orgs.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Ed. UFRGS. p. 71-81.

O’DWYER, Eliane Cantarino (2005). “Laudos periciais antropológicos: pesquisa aplicada ou exercício profissional da disciplina?” In: LEITE, Ilka Boaventura (org.). Laudos periciais antropológicos em debate. Florianópolis: Nuer;

ABA. p. 215-231.

OLIVEIRA, João Pacheco de (2004). “Pluralizando tradições etnográficas: sobre um certo mal-estar na antropologia”. In: LANGDON, Esther Jean; GARNELO, Luiza (org.). Saúde dos povos indígenas. Reflexões sobre a antropologia participativa. Rio de Janeiro: ABA; Contracapa Livraria. p. 9-32.

PEIRANO, Mariza (1992). Uma antropologia no plural: três experiências contemporâneas. Brasília: Ed. UnB.

PORTO, Dora (2010). “Relato de uma experiência concreta com a perspectiva das ciências da saúde: construindo o anthropological blues”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 101-126.

RAMOS, Alcida (2004). “A difícil questão do consentimento informado”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; Ed. UFF. p. 91-96.

RAMOS, Alcida (2007). Do engajamento ao desprendimento. Brasília: Departamento de Antropologia da UnB. (série Antropologia da UnB, 414).

REINHEIMER, Patrícia (2011). Dilemas entre a extensão e a pesquisa em saúde: de que forma interpretar discursos que contribuímos para construir? In: IX REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL, Curitiba, jun.

RIBEIRO, Gustavo Lins. (2004). “Prefácio”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA/EdUFF. p. 9-12.

SANTOS, Silvio Coelho dos (2004). “Ética e pesquisa de campo”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e

ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 97-104.

SCHUCH, Patrice. Práticas de justiça: antropologia dos modos de governo da infância e juventude no contexto pós-ECA. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2009.

_____. (2010a). “Comentário: multiplicando perspectivas e construindo verdades parciais”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB; Letras Livres. p. 91-98.

_____. (2010b). “Antropologia com grupos up, ética e pesquisa”. In: SCHUCH, Patrice; VIEIRA, Miriam S.;

PETERS, Roberta (orgs.). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Ed. UFRGS. p. 29-48.

SCHUCH, Patrice; VIEIRA, Miriam; PETERS, Roberta (orgs.) (2010). Experiências, dilemas e desafios do fazer etnográfico contemporâneo. Porto Alegre: Ed. UFRGS.

SCOTT, Russel Perry (2004). “A ética da comunicação em saúde: a escolha política de diferentes linguagens para compreensão e ação”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 151-162.

VELHO, Otávio (1995). “Relativizando o relativismo”. In: Besta-fera: recriação do mundo. Rio de Janeiro: Relume Dumará. p. 172-184.

_____. (2008). “A antropologia e o Brasil, hoje”. RBCS, v. 23, n. 66, p. 5-9, fev.

VÍCTORA, Ceres. “Ética de pesquisa em equipe multidisciplinar”. In: VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF. p. 83-88.

VÍCTORA, Ceres et al. (orgs.) (2004). Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niterói: ABA; EdUFF.

VIEIRA, Fernanda Bittencourt (2010). “Desencontros e descaminhos de uma pesquisa sociológica em um hospital público”. In: FLEISCHER, Soraya; SCHUCH, Patrice (orgs.). Ética e regulamentação na pesquisa antropológica. Brasília: Ed. UnB/Letras Livres. p. 127-140.

Downloads

Publicado

2011-01-27

Como Citar

Schuch, P. (2011). A vida social ativa da ética na Antropologia. BIB - Revista Brasileira De Informação Bibliográfica Em Ciências Sociais, (71), 5–24. Recuperado de https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/350

Edição

Seção

Balanços Bibliográficos