Le débat sur le fédéralisme et ses implications pour la gouvernabilité au Brésil (1988-2015)

Auteurs

  • Hellen Guicheney
  • Murilo de Oliveira Junqueira
  • Victor Araújo

Mots-clés :

Fédéralisme, Gouvernabilité, Politique Publiques, demos-enabling, demos-constraining

Résumé

L’objectif de cette revue bibliographique est de montrer comment l’idée selon laquelle le Brésil serait une fédération décentralisée avec un gouvernement central faible – prédominant dans les années 1990 – a été progressivement remplacée par une interprétation alternative, qui a vu le pays comme une fédération fortement centralisée. On utilise le travail d’Alfred Stepan, qui a fait valoir que le Brésil serait un cas extrême de «demos-constraining», afin de montrer que c’est un jugement qui n’est pas basé sur de solides preuves empiriques. Les arguments de la littérature qui constituent ce débat sont donc organisés en quatre thèmes principaux qui seraient prétendument affectés par la variable « fédéralisme » : système de partis, relations entre l’Exécutif et la Législation, compétences fédératives, règles d’amendement constitutionnel. Dans chacun des points, on discute comment les études empiriques les plus récentes montrent la nature centripète du processus décisionnel dans la fédération brésilienne, avec une concentration au niveau fédéral des ressources publiques et de la capacité effective de légiférer sur la plupart des politiques.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ABRANCHES, S. H. H. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 5-34, 1988.

ABRUCIO, F. L. Os barões da Federação: os governadores e a redemocratização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1998.

ABRUCIO, F. L.; COSTA, V. M. F. Reforma do Estado e o contexto federativo brasileiro. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer-Stiftun, 1998.

ABRUCIO, F. L.; SAMUELS, D. A nova política dos governadores. Lua Nova, São Paulo, v. 40-41, p. 137-166, 1997.

ALMEIDA, M. H. T. Recentralizando a Federação? Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 24, p. 29-40, 2005.

______. Federalismo, democracia e governo no Brasil: ideias, hipóteses e evidências. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica, n. 51, p. 13-34, 2001.

AMES, B. Os entraves da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2003.

AMORIM NETO, O.; SANTOS, F. O segredo ineficiente revisto: o que propõem e o que aprovam os deputados brasileiros. Dados, Rio de Janeiro, v. 46, n. 4, p. 449-479, 2003.

ARANTES, R. B.; COUTO, C. G. A constituição sem fim. In: PRAÇA, S.; DINIZ, S. (Ed.). Vinte anos de Constituição. São Carlos: Paulus, 2008. p. 31-60.

______. Constitutionalizing policy: the Brazilian Constitution of 1988 and its impact on governance. In: NOLTE, D.; SCHILLING-VACAFLOR, A. (Ed.). New constitutionalism in Latin America from a comparative perspective: a step towards good governance? New York: Ashgate, 2012.

ARAÚJO, V. Federalismo, centralização e diferenças regionais: o padrão de desigualdade das políticas não reguladas do Brasil pós-1988. Perspectivas em Políticas Públicas, Belo Horizonte, v. 8, n. 15, p. 63-99, 2015.

ARRETCHE, M. Federalismo e relações intergovernamentais no Brasil: a reforma de programas sociais. Dados, Rio de Janeiro, v. 45, n. 3, p. 431-458, 2002.

______. Quem taxa e quem gasta: a barganha federativa na federação brasileira. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 24, p. 69-85, 2005.

______. The veto power of sub-national governments in Brazil: political institutions and parliamentary behaviour in the post-1988 period. Brazilian Political Science Review, Rio de Janeiro, v. 2, p. 40-73, 2007.

______. Continuidades e descontinuidades da Federação Brasileira: de como 1988 facilitou 1995. Dados, Rio de Janeiro, v. 52, n. 2, p. 377-423, 2009.

______. Federalismo e igualdade territorial: uma contradição em termos? Dados, Rio de Janeiro, v. 53, n. 3, p. 587-620, 2010.

______. Democracia, federalismo e centralização no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas; Fiocruz, 2012. v. 1

______. Demos-constraining or demos-enabling federalism? Political institutions and policy change in Brazil. Journal of Politics in Latin America, Hamburg, v. 5, n. 2, p. 133-150, 2013a.

______. Quando instituições federativas fortalecem o governo central? Novos Estudos Cebrap, São Paulo, v. 95, p. 39-57, 2013b.

BOMFIM, A.; SHAH, A. Macroeconomic management and the division of powers in Brazil: perspectives for the 1990s. World Development, Amsterdam, v. 22, n. 4, p. 535-542, 1994.

BRAGA, M. D. S. S. Eleições e democracia no Brasil: a caminho de partidos e sistema partidário institucionalizados. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, v. 4, n. xxi, p. 43-73, 2010.

CAREY, J. M.; REINHARDT, G. Y. Impacto das instituições estaduais na unidade das coalizões parlamentares no Brasil. Dados, Rio de Janeiro, v. 46, n. 4, p. 773-804, 2003.

CHEIBUB, J. A.; FIGUEIREDO, A.; LIMONGI, F. Partidos políticos e governadores como determinantes do comportamento legislativo na Câmara dos Deputados, 1988-2006. Dados, Rio de Janeiro, v. 52, n. 2, p. 263-299, 2009.

CHEIBUB, J. A.; LIMONGI, F. Democratic institutions and regime survival: Parliamentary and presidential democracies reconsidered. Annual Review of Political Science, Palo Alto, CA, v. 5, n. 1, p. 151-179, 2002.

COSER, I. O debate entre centralizadores e federalistas no século XIX: a trama dos conceitos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 26, n. 76, p. 191-206, 2011.

COUTO, C. G.; ARANTES, R. B. Constituição, governo e democracia no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 21, n. 61, p. 41-62, 2006.

______. Constitution, government and democracy in Brazil. World Political Science, Warsaw, v. 4, n. 2, [N.p.], 2008.

COX, G. W. The efficient secret: the cabinet and the development of political parties in Victorian England. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.

DAHL, R. Federalism and the democratic process. In:______. Democracy, liberty and equity. Oslo: Norwegian University Press, 1986. p. 114-126.

DESPOSATO, S. The impact of federalism on national party cohesion in Brazil. Legislative Studies Quarterly, Hoboken, v. 29, n. 2, p. 259-285, 2004.

FIGUEIREDO, A. C. Democracia ou reformas? Alternativas democráticas à crise política: 1961-1964. São Paulo: Paz e Terra, 1993.

FIGUEIREDO, A.; LIMONGI, F. Executivo e Legislativo na nova ordem constitucional. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.

______. Política orçamentária no presidencialismo de coalizão. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

FREITAS, A. O presidencialismo da coalizão. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2016.

FURTADO, C. Subdesenvolvimento e estagnação na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

GURZA LAVALLE, A.; BARONE, L. S. Conselhos, associações e desigualdade. In: ARRETCHE, M. (Ed.). Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. São Paulo: Unesp/CEM, 2015. p. 51-76.

JUNQUEIRA, M. O. O nó da reforma tributária no Brasil (1995-2008). Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 30, n. 89, 2015.

LAMOUNIER, B. A democracia no limiar do século XXI. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 1996.

LAVER, M.; SCHOFIELD, N. Multiparty government: the politics of coalition in Europe. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1998.

LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1993.

LIJPHART, A. Modelos de democracia: desempenho e padrões de governo em 36 países. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

LIMONGI, F. O novo institucionalismo e os estudos legislativos: a literatura norte-americana recente. Boletim Informativo Bibliográfico, São Paulo, v. 37, p. 3-38, 1994.

LIMONGI, F. A democracia no Brasil. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, v. 76, p. 17-41, 2006.

LIMONGI, F.; FIGUEIREDO, A. Bases institucionais do presidencialismo de coalizão. Lua Nova, São Paulo, n. 44, p. 81-106, 1998.

LUTZ, D. S. Toward a theory of constitutional amendment. American Political Science Review, Cambridge, v. 88, n. 2, p. 355-370, 1994.

LUTZ, D. S. Principles of constitutional design. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

MAINWARING, S. Presidentialism, multipartism, and democracy: the difficult combination. Comparative Political Studies, Thousand Oaks, v. 26, n. 2, p. 198-228, jul. 1993.

MAINWARING, S. Sistemas partidários em novas democracias: o caso do Brasil. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2001.

MCKELVEY, R. D. Intransitivities in multidimensional voting models and some implications for agenda control. Journal of Economic Theory, Amsterdam, v. 12, n. 3, p. 472-482, jun. 1976.

MELO, M. A. Reformas constitucionais no Brasil: instituições políticas e processo decisório. Rio de Janeiro: Revan, 2002.

______. O sucesso inesperado das reformas de segunda geração: federalismo, reformas constitucionais e política social. Dados, Rio de Janeiro, v. 48, n. 4, p. 845-889, 2005.

______. Mudança constitucional no Brasil, dos debates sobre regras de emendamento na constituinte à “megapolítica”. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 97, p. 187-206, 2013.

MESQUITA, L. et al. Emendas individuais e concentração de votos: uma análise exploratória. Teoria & Pesquisa, São Carlos, v. 23, n. 2, p. 82-106, 2014.

NOLTE, D. Constitutional change in Latin America: power politics or symbolic politics? In: ECPR JOINT SESSIONS OF WORKSHOPS, 2008, Rennes, France. Proceeding… Rennes: ECPR, 2008.

PEREIRA, C.; MUELLER, B. Comportamento Estratégico em Presidencialismo de Coalizão: As Relações entre Executivo e Legislativo na Elaboração do Orçamento Brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 45, n. 2, p. 265-301, 2002.

PEREIRA, C.; RENNÓ, L. O que é que o reeleito tem? Dinâmicas político-institucionais locais e nacionais nas eleições de 1998 para a Câmara dos Deputados. Dados, Rio de Janeiro, v. 44, n. 2, p. 133-172, 2001.

RENNÓ, L.; PEREIRA FILHO, C. E. F. Gastos públicos, emendas orçamentárias do Legislativo e inclusão dissipativa nos municípios brasileiros: 1998 a 2010. Brasília, DF: Secretaria do Tesouro Nacional, 2013. (Monografia premiada no XVIII Prêmio Tesouro Nacional – 2013).

RICCI, P. O conteúdo da produção legislativa brasileira: leis nacionais ou políticas paroquiais? Dados, Rio de Janeiro, v. 46, n. 4, p. 699-734, 2003.

RIKER, W. H. Federalism: origin, operation, significance. Boston: Little Brown, 1963.

RODDEN, J. Federalism and bailouts in Brazil. In: RODDEN, J. A.; ESKELAND, G. S.; LITVACK, J. Fiscal decentralization and the challenge of hard budget constraints. Cambridge: MIT Press, 2003. p. 213-248.

SAMUELS, D. Ambition, federalism, and legislative politics in Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

SAMUELS, D.; ABRUCIO, F. L. Federalism and democratic transitions: the “New Politics” of the governors in Brazil. Publius, Oxford, v. 30, n. 2, p. 43-61, 2000.

SAMUELS, D.; MAINWARING, S. Strong federalism, constraints on the central government, and economic reform in Brazil. In: GIBSON, E. (Ed.). Federalism and democracy in Latin America. Maryland: Johns Hopkins University Press, 2004. p. 85-130.

SANTOS, W. G. Sessenta e quatro: anatomia da crise. São Paulo: Vértice, 1986.

SHAH; A. The new fiscal federalism in Brazil. In: COUNTRY ECONOMICS DEPARTMENT. World Bank: Discussion Papers. London: Centre for Economic Policy Research, 1991.

SHUGART, M. S.; CAREY, J. M. Presidents and assemblies: constitutional design and electoral dynamics. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

SOUZA, C. Federalismo, desenho constitucional e instituições federativas no Brasil pós-1988. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 24, n. 24, p. 105-122, 2005.

______. Instituições e mudanças: reformas da Constituição de 1988, federalismo e políticas públicas. In: FARIA, C. A. P.; GILBERTO, H. (Ed.). Federalismo e políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013. p. 91-118.

STEPAN, A. Para uma nova análise comparativa do federalismo e da democracia: federações que restringem ou ampliam o poder do Demos. Dados, Rio de Janeiro, v. 42, n. 2, p. 197-251, 1999a.

______. Federalism and Democracy: Beyond the U.S. Model. Journal of Democracy, Baltimore, v. 10, n. 4, p. 19-34, 1999b.

______. Brazil’s decentralized federalism: bringing government closer to the citizens? Daedalus, Cambridge, v. 129, n. 2, p. 145-169, 2000.

TSEBELIS, G. Processo decisório em sistemas políticos: veto players no presidencialismo, parlamentarismo, multicameralismo e pluripartidarismo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, n. 2, p. 89-117, 1997.

VARSANO, R. A evolução do sistema tributário brasileiro ao longo do século: anotações e reflexões para futuras reformas. Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 1-40, 1997.

VAZQUEZ, D. A. Desequilíbrios regionais no financiamento da educação: a política nacional de equidade do Fundef. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 24, 2005.

______. A regulação federal como mecanismo de ajuste: uma análise da lei fiscal e do financiamento das políticas de educação e saúde. 2010. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Econômico) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.

______. Mecanismos institucionais de regulação federal e seus resultados nas políticas de educação e saúde. Dados, Rio de Janeiro, v. 57, n. 4, p. 969-1005, 2014.

VIANA, O. Instituições políticas brasileiras. Belo Horizonte: Itatiaia, 1987.

Téléchargements

Publiée

2017-03-05

Comment citer

Guicheney, H., Junqueira, M. de O., & Araújo, V. (2017). Le débat sur le fédéralisme et ses implications pour la gouvernabilité au Brésil (1988-2015). BIB - Revista Brasileira De Informação Bibliográfica Em Ciências Sociais, (83), 69–92. Consulté à l’adresse https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/430

Numéro

Rubrique

Balanços Bibliográficos