A Sociologia da Cultura no Brasil em artigos (2008–2018)
Palabras clave:
Sociologia da cultura, Levantamento bibliográfico, Diferenciação epistêmica, Institucionalização, Regionalidades epistêmicasResumen
Neste artigo, a iniciativa de fazer um balanço bibliográfico sobre a produção de artigos na Sociologia da Cultura no Brasil, no intervalo entre 2008 e 2018, responde ao objetivo de refletir sobre uma das facetas da institucionalização das Ciências Sociais no Brasil: a diferenciação epistêmica dessa subdisciplina. O itinerário narrativo do texto está dividido em três seções. Na primeira, os resultados do levantamento bibliométrico subsidiam o propósito de montar um quadro sintético dessa subárea da Sociologia, tendo em conta o campo acadêmico brasileiro contemporâneo sob crescente inflexão do que se tem chamado de “internacionalização”. No item seguinte, o interesse em vasculhar um conjunto de balanços bibliográficos anteriores pretende identificar as linhas de forças que, a um só tempo, impõem-se como fundo hermenêutico e arquivo referencial dos enunciados identificados à rede discursiva da Sociologia da Cultura, as quais chamamos de regionalidades epistêmicas. A título somente de digressão, ao final ocupamo-nos do encontro e da fusão entre essas regionalidades epistêmicas na produção contemporânea da Sociologia da Cultura brasileira.
Descargas
Citas
ADORNO, S.; RAMALHO, J. R. A pós-graduação em Sociologia e a experiência de avaliação da CAPES. Revista Brasileira de Sociologia, v. 6, n. 13, p. 27-57, maio-ago. 2018.
ALONSO, Â.; PINHEIRO FILHO, F. A. Instauración y desarrollo de la sociología de la cultura en Brasil. Sociológica, México, v. 32, n. 90, p. 259-275, 2017.
ALVES, E. P. M. Diversidade cultural, patrimônio cultural material e cultura popular: a Unesco e a construção de um universalismo global. Sociedade e estado, v. 25, n. 3, p. 539-560, 2010.
ARANTES, O. B. F.; ARANTES, P. E. Sentido da formação: três estudos sobre Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza e Lúcio Costa. 1997.
ARRUDA, M. A. N. A pós-graduação em sociologia no Brasil: ensaios e reflexão. In: MARTINS, C. B. (org.). Para Onde Vai a Pós-graduação em Ciências Sociais no Brasil. Bauru: EdUSC, 2005. p. 261-266.
ARRUDA, M. A. N. A trajetória da pesquisa na sociologia. Estudos Avançados, São Paulo, v. 8, n. 22, p. 315-324, set./dez. 1994. https://doi.org/10.1590/S0103-40141994000300040
ARRUDA, M. A. N. Cultura brasileira e identidade nacional (comentário crítico). In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 2002. p. 45-51.
ARRUDA, M. A. N. Pensamento brasileiro e sociologia da cultura: questões de interpretação. Tempo Social, v. 16, n. 1, p. 107-118, 2004.
BARTHES, R. Inéditos, vol. 3: imagem e moda. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BASTIDE, R. Arte e Sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional; EdUSP, 1971.
BASTIDE, R. Problemas em sociologia da arte. Tempo Social, v. 18, n. 2, p. 295-305, nov. 2006. https://doi. org/10.1590/S0103-20702006000200016
BASTIDE, R. Sociologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: Anhambi, 1959.
BASTOS, É. R. Pensamento social da escola sociológica paulista. In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: Capes, 2002.
BENJAMIN, W. Paris, capital do século XIX. In: BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: UFMG; São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
BORELLI, S. H. S. Gêneros ficcionais: matrizes culturais no continente. Gêneros ficcionais, produção e cotidiano na cultura popular de massa. São Paulo: Intercom/CNPq/FINEP, 1994. p. 11-17.
BORELLI, S. H. S. Telenovelas brasileiras: balanços e perspectivas. São Paulo em perspectiva, v. 15, n. 3, p. 29-36, 2001.
BORELLI, S. H. S.; MIRA, M. C. Sons, imagens, sensações: radionovelas e telenovelas no Brasil. Intercom - Revista
Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 19, n. 1, p. 33-57, 1996.
BOURDIEU, P. A gênese dos conceitos de habitus e de campo. In: BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. Lisboa: Difel, 1989. p. 59-74.
BOURDIEU, P. Efeitos de lugar. In: BOURDIEU, P. (org.). A Miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes, 1998a.
BOURDIEU, P. Linguagem e poder simbólico. In: BOURDIEU, P. Economia das trocas lingüísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Edusp, 1998b. p. 81-83.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. Los Herederos: los estudiantes y la cultura. Buenos Aires: Siglo Veitiuno, 2004.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Documento de Área. Sociologia. 2016. Disponível em: <https://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/34_SOCI_
docarea_2016.pdf≥. Acesso em: 22 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). A democratização e expansão da educação superior no país (2003 – 2014). MEC, 2015. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=16762-balanco-social-sesu-2003-2014&Itemid=30192>. Acesso em: 09 maio 2019.
BUENO, M. L. Do moderno ao contemporâneo: uma perspectiva sociológica da modernidade nas artes plásticas. Revista de Ciências Sociais, v. 41, n. 1, p. 27-47, 2010.
CANCLINI, N. G. Culturas Hibridas. México: Grijalbo, 1990.
CANDIDO, A. A revolução de 1930 e a cultura. Novos Estudos CEBRAP, v. 2, n. 4, p. 27-32, 1984.
CANDIDO, A. A Sociologia no Brasil. Tempo Social, v. 18, n. 1, p. 271-301, 2006a. https://doi.org/10.1590/S0103-20702006000100015
CANDIDO, A. Dialética da malandragem. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 8, p. 67-89, 1970.https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i8p67-89
CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997. 2 v.
CANDIDO, A. Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006b.
CANDIDO, A. et al. Literatura e subdesenvolvimento. In: CANDIDO, A. A Educação pela Noite e Outros Ensaios. São Paulo: Ática, 1989. v. 2. p. 140-162.
CAVALCANTI, M. L. V. C.; VILHENA, L. R. Os estudos de folclore no Brasil. In: FOLCLORE E CULTURA POPULAR: as várias faces de um debate. Rio de Janeiro: Funarte/CNFCP, 1992. p. 101-112.
CERBONCINI, D. Sociologia da cultura: uma interpretação. In: MICELI, S.; MARTINS, C. B. (orgs.). Sociologia no Brasil Hoje. São Paulo: Ateliê, 2017. p. 99-140.
COHN, G. Sociologia da Comunicação: teoria e ideologia. São Paulo: Pioneira, 1973.
FARIAS, E. O protocolo de pesquisa da circulação na sociologia da cultura, no Brasil. Sociedade e Estado, v. 31, n. 3, p. 583-614, 2016. https://doi.org/10.1590/s0102-69922016.00030002
FARIAS, E. Sociologia e a esfera cultural contemporânea. Ciências Sociais Unisinos, v. 53, n. 1, p. 3-14, 2017. https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.1.01
FERNANDES, F. Folclore e Mudança Social na Cidade de São Paulo. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
FERNANDES, F. O Folclore em Questão. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1978.
FOUCAULT, M. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FREYRE, G. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987.
GADAMER, H.-G. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes, 1998.
GARCIA, S. G. Folclore e sociologia em Florestan Fernandes. Tempo Social, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 143-167, nov. 2001. https://doi.org/10.1590/S0103-20702001000200008
GRINDSTAFF, L.; HALL, J. R.; LO, M.-C. M. (eds.). Handbook of cultural sociology. New York: Routledge, 2010.
HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, v. 22, n. 2, p. 15-46, 1997.
HOGGART, R. La Cultura Obrera em la Sociedad de Massa. Buenos Aires: Siglo Veintuno, 2013.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
JAMESON, F. Pós-modernismo a Lógica do Capitalismo Tardio. São Paulo: Atica, 2007.
LEÃO, A. B. Vamos ao Brasil com Jules Verne?: processos editoriais e civilização nas Voyages Extraordinaires. Sociedade e Estado, v. 27, n. 3, p. 494-517, 2012. https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000300004
LEFEBVRE, H. Introdução à Modernidade: prelúdios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.
MAIA, J. M. E. Ideias, intelectuais, textos e contextos: novamente a sociologia da cultura. Revista Brasileira de
Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 62, p. 53-71, 2006.
MAIA, J. M. Pensamento brasileiro e teoria social: notas para uma agenda de pesquisa. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 24, n. 71, p. 155-168, 2009.
MARTÍN-BARBERO, J. De los Medios a las Mediaciones. México: Gustavo Gilli, 1987.
MICELI, S. Intelectuais à Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
MICELI, S. Intelectuais brasileiros. In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 1999. v. 2.
MICELI, S. Condicionantes do desenvolvimento das ciências sociais. In: MICELI, S. História das Ciências Sociais no Brasil, 1989. v. 1. p. 72-110.
MICELI, S. Nacional Estrangeiro: histórica social e cultural do modernismo artístico em São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
MICHETTI, M. Capítulos da modernidade: moda e consumo na Paris do século XIX. PROA Revista de Antropologia e Arte, n. 1, p. 228-252, 2009.
MIRA, M. C. Invasão de privacidade? Reflexões sobre a exposição da intimidade na mídia. Lugar Comum, n. 5-6, p. 97-116, 1999.
MIRA, M. C. O moderno e o popular na TV de Silvio Santos. História da televisão no Brasil: do início aos dias de hoje. São Paulo: Contexto, 2010, p. 159-175.
NERY, S. Interdependências e interpenetrações civilizatórias: os aromas e sua magia. Sociedade e Estado, v. 31, n. 3, p. 693-716, 2016.
NETTO, M. N. O Discurso do marketing de lugar e os grandes eventos. Caderno CRH, v. 29, n. 78, p. 495-512, 2016.
NOVAES, F. A. Influências e invenção na sociologia brasileira. In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 2002. p. 175-182.
OLIVEIRA, L. L. Interpretações do Brasil. In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 1999. v. 2.
OLIVEN, R. G. Cultura brasileira e identidade nacional (o eterno retorno). In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 2002.
ORTIZ, R. A Moderna Tradição Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988.
ORTIZ, R. A Morte Branca do Feiticeiro Negro. São Paulo: Brasiliense, 1990.
ORTIZ, R. As ciências sociais e os seus sotaques. In: ORTIZ, R. Universalidade e Diversidade. São Paulo: Boitempo, 2015.
ORTIZ, R. Cultura e Modernidade. São Paulo: Brasiliense, 1991.
ORTIZ, R. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
ORTIZ, R. O Próximo e o Distante: Japão e Modernidade-Mundo. São Paulo: Brasiliense, 2000.
ORTIZ, R. Um Outro Território. São Paulo: Olho d’Água, 1999.
PINHEIRO, D.; BERGAMO, A. Indústria cultural no Brasil e o balanço da sociologia: dois pesos, muitas medidas.
In: MICELI, S.; BENEDITO, C. (orgs.). Sociologia Brasileira Hoje II. Cotia: Ateliê, 2018.
PINHEIRO FILHO, F. A. Lasar Segall e as festas da SPAM. Tempo social, v. 16, n. 1, p. 209-230, 2004.
QUEIROZ, M. I. P. de. Identidade cultural, identidade nacional no Brasil. Tempo Social, v. 1, n. 1, p. 29-46, 1989. https://doi.org/10.1590/ts.v1i1.83318
RAMOS, J. M. O. A ficção audiovisual no Brasil na década de 1990 – nos meandros do local e do global. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 24, p. 275-287, 2002.
RAMOS, J. M. O. A questão do gênero no cinema brasileiro. Revista USP, n. 19, p. 109-113, 1993.
RIDENTI, M. Intelectuais e romantismo revolucionário. São Paulo em perspectiva, v. 15, n. 2, p. 13-19, 2001.
ROCHA, M. E. M. Em busca de um ponto cego: notas sobre a sociologia da cultura no Brasil e a diluição da mídia como objeto sociológico. Sociedade e Estado, v. 26, n. 3, set./dez. 2011. https://doi.org/10.1590/S0102-69922011000300002
RODRIGUES, K. M. Autonomização do campo artístico e singularização da experiência estética: a instituição do lugar social da arte e do artista em Fortaleza. 2007.
SCALON, C.; MISKOLCI, R. Internacionalização: balanço e desafios para a sociologia brasileira. Revista Brasileira de Sociologia, v. 6, n. 13, p. 122-135, maio-ago. 2018. http://dx.doi.org/10.20336/rbs.261
SCHWARZ, R. Ao Vencedor as Batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Duas Cidades; 34, 2000a.
SCHWARZ, R. Que Horas São?: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
SCHWARZ, R. Um Mestre na periferia do Capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Editora 34, 2000b.
SIMIONI, A. P. Bordado e transgressão: questões de gênero na arte de Rosana Paulino e Rosana Palazyan. PROA Revista de Antropologia e Arte, n. 2, p. 1-20, 2010.
SIMMEL, G. Philosophie de la Modernité. Paris: Payot, 1989.
VILHENA, L. R. da P. Projeto e Missão: o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte / FGV, 1997.
VILLAS BÔAS, G. Vida da crítica: percursos de Mário Pedrosa. Poiésis, v. 10 n. 14, p. 11-16, 2009.
WAIZBORT, L. Influências e invenção na sociologia brasileira (comentário crítico). In: MICELI, S. (org.). O Que Ler nas Ciências Sociais Brasileiras. São Paulo: ANPOCS/Sumaré; Brasília: CAPES, 2002.
WILLIAMS, R. Cultura e Sociedade: de Coleridge a Orwell. Petrópolis: Vozes, 2011.
YUDICE, G. A Conveniência da Cultura: usos da cultura na era global. Belo Horizonte: UFMG, 2004.