Ciberpolítica, ciberativismo e cibercultura
uma análise dos papers apresentados no grupo de trabalho da Anpocs
Palavras-chave:
Internet e Política, Ciberpolítica, Ciberativismo, Cibercultura, Democracia DigitalResumo
Levando em conta a consolidação da atenção acadêmica aos fenômenos que envolvem a intersecção entre internet e política, este estudo busca compreender como ocorre tal produção científica no âmbito das ciências sociais no Brasil. Para isso, o artigo analisa os papers apresentados no grupo de trabalho Ciberpolítica, Ciberativismo e Cibercultura (N=106), da Anpocs, desde a sua criação, em 2010, até 2017. Compreende-se que esse grupo representa uma amostra significativa do interesse acadêmico a respeito do assunto no contexto brasileiro. O estudo visa depreender o perfil dos/das autores/as, das temáticas, das teorias e das pesquisas realizadas, buscando perceber se há mudanças nesses aspectos ao longo dos oito anos observados e identificar agendas de pesquisa. Os resultados indicam, dentre outros fatores: predomínio de textos de autoria única; equilíbrio de gênero quanto à autoria; predominância de artigos empíricos; e grande concentração de trabalhos em poucas instituições de ensino superior.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, A. Notas para uma agenda da pesquisa sobre a propaganda política na televisão no Brasil. Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 4-10, 2010.
AMARAL, A.; MONTARDO, S. P. Mapeamento temático da história da cibercultura no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35., 2012, Fortaleza. Anais… São Paulo: Intercom, 2012. p. 1-17. v. 1.
ARAÚJO, R. P. A. et al. Democracia digital e experiências de e-participação: webativismo e políticas públicas. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 22, p. 1597-1619, dez. 2015.
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
______. A galáxia internet: reflexões sobre a internet, negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
______. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.
CODATO, A. et al. A colaboração na ciência política brasileira: um estudo exploratório do padrão de coautorias em periódicos nacionais. In: CONGRESSO LATINOAMERICANO DE CIENCIA POLITICA, 9., 2017, Montevidéu. Anais… Montevidéu: Associación Latinoamericana de Ciencia Politica, 2017. p. 1-22.
COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.BR. Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil – TIC Domicílios 2017. Coord. Alexandre F. Barbosa. São Paulo: CGI.br, 2018.
DIAS, M. R. Nas brumas do HGPE: a imagem partidária nas campanhas presidenciais brasileiras (1989 a 2010). Opinião Pública, Campinas, v. 19, n. 1, p. 198-219, 2013.
ELSEVIER. Gender in the Global Research Landscape: analysis of research performance through a gender lens across 20 years, 12 geographies, and 27 subject areas. Amsterdam: Elsevier, 2017. Disponível em: <http://bit.do/egw7N>. Acesso em: 15 maio 2018.
FIGUEIREDO, M. et al. Estratégias de persuasão eleitoral: uma proposta metodológica para o estudo da propaganda eleitoral. Opinião Pública, Campinas, v. 4, n. 3, p. 182-203, 1997.
GOMES, W. Transformação da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2004.
______. 20 anos de política, estado e democracia digitais: uma cartografia do campo. In: SILVA, S. P.; BRAGATTO, R. C.; SAMPAIO, R. C. (Orgs.). Democracia digital, comunicação política e redes: teoria e prática. Rio de Janeiro: Letra & Imagem, 2016. p. 25-45.
HARLOW, S.; HARP, D. Collective action on the Web: A cross-cultural study of social networking sites and online and offline activism in the United States and Latin America. Information, Communication & Society, Abingdon, v. 15, n. 2, p. 196-216, 2012.
LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.
LEMOS, A.; LÉVY; P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010.
LETA, J. As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. Estudos avançados, São Paulo, v. 17, n. 49, p. 271-284, 2003.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LIMA, V. A. Revisitando sete teses sobre mídia e política no Brasil. Comunicação & Sociedade, São Paulo, v. 30, n. 51, p. 13-33, 2009.
MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Comunicação e política: um campo de estudos e seus desdobramentos no Brasil. In: MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. (Orgs.). Mídia, representação e democracia. São Paulo: Hucitec, 2010. p. 7-24.
PANKE, L.; CERVI, E. Análise da comunicação eleitoral: uma proposta metodológica para os estudos do HGPE. Revista Contemporânea, Salvador, v. 9, n. 3, p. 390-404, 2011.
RUBIM, A. A. C.; AZEVEDO, F. A. Mídia e política no Brasil: textos e agenda de pesquisa. Lua Nova, São Paulo, 43, 189-216, 1998.
SAMPAIO, R. C.; BRAGATTO, R. C.; NICOLÁS, M. A. A construção do campo de internet e política: análise dos artigos brasileiros apresentados entre 2000 e 2014. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 21, p. 285-320, 2016.
SILVEIRA, S. A. Ciberativismo, cultura hacker e o individualismo colaborativo. Revista USP, São Paulo, n. 86, p. 28-39, 2010.
WEBER, M. H. O estatuto da Imagem Pública na disputa política. Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 79-94, 2009.