Representação política das mulheres

uma revisão crítica da bibliografia

Autores

  • Beatriz Rodrigues Sanchez

Palavras-chave:

Representação Política, Teoria Política Feminista, Teoria Normativa, Teoria Positiva, Desigualdade de Gênero

Resumo

A literatura sobre representação política das mulheres no campo da teoria democrática é muito vasta. Partindo do diagnóstico da sub-representação política feminina nos espaços de representação formal e de suas consequências para consolidar o regime democrático, essa literatura tem trazido contribuições significativas para a Ciência Política. A teoria política feminista, no nível da teoria normativa, tem revelado os limites da democracia representativa liberal em alcançar o ideal de igualdade política entre cidadãos e cidadãs. Ao mesmo tempo, pesquisas empíricas, no nível da teo-ria positiva, têm levantado uma série de dados que revelam a desigualdade de gênero como uma marca das instituições políticas contemporâneas. No entanto, é preciso avançar no desenvolvimento da literatura sobre representação política das mulheres, uma vez que a conexão entre teoria normativa e positiva nessa área ainda é frágil

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALCOFF, L. The problem of speaking for others. Cultural Critique, Minneapolis, n. 20, p. 5-32, 1992.

ARAÚJO, C. Potencialidades e limites da política de cotas no Brasil. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 231-252, 2001.

BARRETT, E. The policy priorities of African-American women in state legislatures. Legislative Studies Quarterly, Hoboken, v. 20, n. 2, p. 223-247, 1995.

BIROLI, F. Divisão sexual do trabalho e democracia. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 39., 2015, Caxambu. Anais… Caxambu: Anpocs, 2015.

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

BRATTON, K. Critical mass theory revisited: the behavior and success of token women in state legislatures. Politics & Gender, Cambridge, v. 1, n. 1, p. 97-125, 2005.

CHILDS, S.; KROOK, M. L. Critical mass theory and women’s political representation. Political Studies, Hoboken, v. 56, n. 3, p. 725-736, 2008.

COLLINS, P. H. Intersectionality’s definitional dilemas. Annual Review of Sociology, Palo Alto, n. 41, p. 1-20, 2015.

CRENSHAW, K. Documento para o “Encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero”. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-187, 2002.

______. Mapping the margins: intersectionality, identity politics and violence against women of color. In: FINEMAN,

M.; MYKITIUK, R. (Org.). The public nature of private violence. New York: Routledge, 1994. p. 93-118.

DAHL, R. A. Poliarquia: participação e oposição. São Paulo: Edusp, 1997.

DIAMOND, L.; MORLINO, L. Assessing the quality of democracy. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2005.

FRANCESCHET, S.; PISCOPO, J. M. Gender quotas and women’s substantive representation: lessons from Argentina. Politics & Gender, Cambridge, v. 4, n. 3, p. 393-425, 2008.

HAWKESWORTH, M. Congressional enactments of race-gender: toward a theory of raced-gendered institutions. American Political Science Review, Cambridge, v. 97, n. 4, p. 529-550, 2003.

HOOKS, B. Feminist theory: from margin to center. Boston: South End Press, 1984.

HTUN, M. Is gender like ethnicity? The political representation of identity groups. Perspectives on Politics, Cambridge, v. 2, n. 3, p. 439-458, 2004.

JOSEFSSON, C. Who benefits from gender quotas? Assessing the impact of election procedure reform on members of parliament’s attributes in Uganda. International Political Science Review, Thousand Oaks, v. 35, n. 1, p. 93-105, 2014.

KITTILSON, M. C. Challenging parties, changing parliaments: women and elected office in contemporary Western Europe. Columbus: Ohio State University Press, 2006.

KROOK, M. L. The impact of gender quotas: a research agenda. Paper presented at the First European Conference on Politics and Gender, Queen’s University Belfast, Northern Ireland, 2009.

LIJPHART, A. Modelos de democracia: desempenho e padrões de governo em 36 países. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

MANSBRIDGE, J. Should blacks represent blacks and women represent women? A contingent “Yes”. Journal of Politics, Harvard, v. 61, n. 3, p. 628-657, 1999.

MEZEY, S. G. Does sex make a difference? A case study of women in politics. The Western Political Quarterly, Salt Lake City, v. 31, n. 4, 1978.

MIGUEL, L. F. Democracia e representação: territórios em disputa. São Paulo: Unesp, 2014.

______. Desvelo e interesse na teoria feminista. In: MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Teoria política e feminismo: abordagens brasileiras. Vinhedo: Horizonte, 2012. p. 103-126.

MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

______. Teoria política feminista: textos centrais. Vinhedo: Horizonte, 2013.

MOISÉS, J. Á.; SANCHEZ, B. Representação política das mulheres e qualidade da democracia: o caso do Brasil. In:

MOISÉS, J. Á. (Org.). O Congresso Nacional, os partidos políticos e o sistema de integridade: representação, participação e controle interinstitucional no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer, 2014. p. 89-116.

MUCINHATO, R. M. D. Quem são os deputados brasileiros? Um balanço do perfil biográfico de 1986 a 2012. In:

MOISÉS, J. Á. (Org.). O Congresso Nacional, os partidos políticos e o sistema de integridade: representação, participação e controle interinstitucional no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer, 2014. p. 61-88.

O’DONNELL, G.; CULLELL, J. V.; IAZZETTA, O. The quality of democracy. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 2004.

OKIN, M. S. Gender, the public and the private. In: HELD, D. (Org.). Political theory today. Stanford: Stanford University Press, 1991. p. 67-90.

PATEMAN, C. Críticas feministas a la dicotomía público/privado. In: CASTELLS, C. (Org.). Perspectivas feministas en teoría política. Barcelona: Paidós, 1996. p. 2-23.

PHILLIPS, A. Democracy and difference. State College: The Pennsylvania State University Press, 1993.

______. O que há de errado com a democracia liberal? Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, n. 6, p.339‑363, 2011.

______. The politics of presence. Oxford: Clarendon, 1995.

PINHEIRO, L. Vozes femininas na política: uma análise sobre mulheres parlamentares no pós-constituinte. Brasília,

DF: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.

PINTO, C. R. J. Feminismo, história e poder. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 18, n. 36, p. 15-23, 2010.

______. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo, 2003.

PITKIN, H. F. The concept of representation. Berkley: University of California Press, 1967.

REINGOLD, B. Representing women: sex, gender and legislative behavior in Arizona and California. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2000.

RODRIGUES, L. M. Mudanças na classe política brasileira. Rio de Janeiro: Biblioteca Virtual de Ciências Humanas, 2009.

SANCHEZ, B. R. Quem são e o que fazem as parlamentares brasileiras? Uma análise do perfil biográfico e da produção legislativa da bancada feminina. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIA POLÍTICA, 1., 2015. Anais… Porto Alegre: UFRGS, 2015. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/sicp/wp-content/uploads/2015/09/Sanchez-Beatriz.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2017.

______. Teoria política feminista e representação substantiva: uma análise da bancada feminina da Câmara dos Deputados. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo, 2017.

SCHWINDT-BAYER, L. A.; MISHLER, W. An integrated model of women’s representation. Journal of Politics, Harvard, v. 67, n. 2, p. 407-428, 2005.

SHIN, K. Women’s sustainable representation and the spillover effect of electoral gender quotas in South Korea. International Political Science Review, Thousand Oaks, v. 35, n. 1, p. 80-92, 2014.

THOMAS, S. How women legislate. New York: Oxford University Press, 1994.

______. The impact of women on state legislative policies. Journal of Politics, Harvard, v. 53, 958-976, 1991.

VARIKAS, E. Une représentation em tant que femme? Réflexions critiques sur la demande de la parité des sexes. Nouvelles Questions Feministes, Ann Arbor, v. 16, n. 2, p. 81-127, 1995.

WILLIAMS, M. Voice, trust, and memory: marginalized groups and the failings of liberal representation. Princeton: Princeton University Press, 1998.

YOUNG, I. M. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford University Press, 2000.

______. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.

______. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, São Paulo, v. 67, p. 139-190, 2006.

Downloads

Publicado

2015-07-06

Como Citar

Sanchez, B. R. (2015). Representação política das mulheres: uma revisão crítica da bibliografia. BIB - Revista Brasileira De Informação Bibliográfica Em Ciências Sociais, (80), 103–117. Recuperado de https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/410

Edição

Seção

Balanços Bibliográficos