Problemáticas teóricas e histórias dos estudos de referência do anarquismo
Palavras-chave:
Anarquismo, Teoria anarquista, Ideologia políticaResumo
O presente artigo parte de dois fatores – a hipótese da relevância das teorias anarquistas para a Sociologia e a falta de estudos deste objeto no campo acadêmico – e recomeça a discussão do anarquismo, a partir de um balanço bibliográfi-co crítico de seus estudos de referência, buscando evidenciar as principais problemáticas teóricas e históricas e explicar o estado da arte do debate existente que tem influenciado produções, ainda que esparsas, dentro e fora das universi-dades. Definem-se sete estudos de referência e, partindo do problema metodológico que envolve a relação entre teoria social e história, analisam-se suas definições de anarquismo, os caminhos percorridos por seus autores para elaborá-las e suas conclusões fundamentais. Por meio de um balanço, apontam-se as principais problemáticas que permeiam esses estudos, dentre as quais se destacam: conjunto restrito de autores e episódios levados em conta nas investigações, assim como generalizações a partir de uma restrita base de dados; foco quase exclusivo na Europa Ocidental / eixo do Atlân-tico Norte; abordagens ahistóricas (que declaram que o anarquismo sempre existiu), que o vinculam ao uso termino-lógico e/ou à autoidentificação dos anarquistas (que afirmam seu surgimento no século XVIII, na primeira metade do século XIX etc.); foco nos grandes homens, com a utilização da história vista de cima; definições inadequadas de anarquismo (que o conceituam como antiestatismo, oposição à dominação, antítese do marxismo), que não permitem compreendê-lo adequadamente e nem diferenciá-lo de outras ideologias políticas.
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