Apresentação
vinte anos de etnologia indígena das terras baixas da América do Sul (1996-2016)
Resumo
É manifesto que balanços bibliográficos são excelentes fontes para a história das ideias científicas, fornecendo um quadro das questões teórico-metodológicas mobilizadas pela literatura apreciada. De outra parte, eles são também termômetros das agendas de pesquisa que pautaram (e continuam a guiar) uma disciplina, área ou mesmo um tema particular den-tro destas. A antropologia, em particular, de tempos em tempos recorre à produção dessas revisões, que parecem ter uma dupla função: recuperar e medir o andamento da produção, servindo como bússola aos novos pesquisado-res; e colocar novas questões, podendo com isso provocar mudanças nas agendas de pes-quisa, as quais irão, certamente, transparecer em revisões bibliográficas futuras. [...]
Downloads
Referências
ALBERT, B.; RAMOS, A. R. Pacificando o branco: cosmologias do contato no norte amazônico. São Paulo: Editora Unesp: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
BALDUS, H. Bibliografia crítica da etnologia brasileira. São Paulo: Comissão do IV centenário da cidade de São Paulo, 1954. v. 1.
______. Bibliografia crítica da etnologia brasileira. Hannover: Munstermann-Druck, 1968. v. 2.
CARNEIRO DA CUNHA, M. História dos índios no Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1992.
CLASTRES, P. Mitos e ritos dos índios da América do Sul. In: CLASTRES, P. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p. 89-133.
COELHO DE SOUZA, M. A vida material das coisas intangíveis. In: COELHO DE SOUZA, M. E.; LIMA, E. C. (Orgs.). Conhecimento e cultura: práticas de transformação no mundo indígena. Brasília: Athalaia; Capes, 2010.
DESCOLA, P.; TAYLOR, A-C. Introduction. In: ______. (Eds.). La remontée de l’Amazone: anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes. Número especial. L’Homme, Paris, v. 33, n. 126-128, p. 13-24, 1993.
FERNANDES, F. Tendências teóricas da moderna investigação etnológica no Brasil. In: ______. A etnologia e a sociologia no Brasil. São Paulo: Anhambi, 1958. p. 17-78.
HARTMANN, T. Bibliografia crítica da etnologia brasileira. Berlin: D. Reimer Verlag, 1984. v. 3.
HENLEY, P. Recent books on South American anthropology. Anthropological Society of Oxford Journal, Oxford, v. 11, p. 39-46, 1980.
______. Recent themes in the anthropology of Amazonia: history, exchange, alterity. Bulletin of Latin American Research, Medford, v. 15, n. 2, p. 231-245, 1996.
KAPLAN, J. O. Orientations for paper topics e comments. In: CONGRÈS INTERNATIONAL DES AMÉRICANISTES. 42., 1976, Paris. Actes… Paris: Société des Américanistes, 1977. p. 9-10 e 387-94. v. 2.
KUHN, T. S. The structure of scientific revolutions. 3. ed. Chicago/London: University of Chicago Press, 1996.
LÉVI-STRAUSS, C. Mythologiques I-IV. Paris: Plon, 1964-1971.
______. A noção de arcaísmo em etnologia. In: ______. Antropologia estrutural. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Cosac Naify, 2012. p. 149-173.
LARAIA, R. Os estudos de parentesco no Brasil. BIB, São Paulo, n. 23, p. 3-17, 1987.
LIMA, A. C. S. O governo dos índios sob a gestão do SPI. In: CARNEIRO DA CUNHA, M. (Org.). História dos índios no Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1992. p. 155-172.
LYON, P. J. Native South Americans: ethnology of the Least Known Continent. Boston; Toronto: Little, Brown and Company, 1974.
MALINOWSKI, B. Kinship. Man, London, v. 30, p. 19-29, 1930.
MEGGERS, B. et al. Revisiting Amazonia: circa 1492. Science, Washington, DC, v. 302, p. 2067-2070, 2003.
MELATTI, J. C. A antropologia no Brasil: um roteiro. BIB, São Paulo, n. 17, p. 123-211, 1984.
______. Índios do Brasil. 7. ed. São Paulo: Hucitec; Brasília: Editora da UnB, 1993.
______. Diálogos Jê: a pesquisa krahó e o projeto Harvard-Museu Nacional. Mana, Rio de Janeiro, n. 8, v. 1, p. 181-193, 2002.
______. América do Sul – por que áreas etnográficas? Página do Melatti, 2018. Disponível em: <http://www.juliomelatti.pro.br/areas/a1amersul.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2018.
RAMOS, A. R. Revisitando a etnologia à brasileira. In: MARTINS, B.; DUARTE, L. F. D. (Orgs.). Horizontes das ciências sociais no Brasil: antropologia. São Paulo: Anpocs, 2010. p. 25-49.
SCHADEN, E. Introdução: o estudo atual das culturas indígenas. In: ______. (Org.). Leituras de etnologia brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976. p. 3-20.
SEEGER, A.; DA MATTA, R.; VIVEIROS DE CASTRO, E. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 32, p. 2-19, 1979.
STEWARD, J. H (Ed.). Handbook of South American Indians. Washington, DC: Smithsonian Institution. 1946-1959. 7 v.
TAYLOR, A-C. L’Américanisme tropical, une frontière fossile de l’ethnologie. In: RUPP-EISENREICH, B. Histoires de l’anthropologie: XVI-XIX siècles. Paris: Klincksieck, 1984. p. 213-232.
VIVEIROS DE CASTRO, E. Etnologia brasileira. In: MICELI, S. (Org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo: Sumaré: Anpocs; Brasília, DF: Capes, 1999. p. 109-223.
VIVEIROS DE CASTRO, E.; e CARNEIRO DA CUNHA, M. C. (Orgs.). Amazônia: etnologia e história indígena. São Paulo: NHII/USP; Fapesp, 1993.